Este artigo aborda os alimentadores de moinhos de bolas, que alimentam os moinhos de bolas de forma uniforme e estável, com os tipos mais comuns incluindo alimentadores de parafuso, correia, vibratórios e de placa, cada um adequado para diferentes materiais e cenários. Ele detalha o processo de fabricação dos alimentadores vibratórios (um tipo típico), abrangendo a produção dos principais componentes (calha, vibrador, suportes de mola) e a montagem. Além disso, descreve processos abrangentes de inspeção, desde as matérias-primas e componentes até a montagem e a aceitação final, garantindo que os alimentadores atendam aos requisitos de desempenho, como alimentação uniforme, ampla capacidade de ajuste e alta confiabilidade, proporcionando assim uma operação eficiente e estável dos moinhos de bolas.
Introdução detalhada aos alimentadores de moinhos de bolas e seus processos de fabricação e inspeção
I. Funções e tipos de alimentadores de moinhos de bolas
O alimentador do moinho de bolas é um dispositivo central no sistema de alimentação do moinho de bolas, cuja função principal é transportar materiais de maneira uniforme e estável para o cilindro do moinho de bolas, evitando sobrecarga do cilindro, redução da eficiência de moagem ou danos ao equipamento causados por flutuações na quantidade de alimentação. Devido às grandes diferenças nas propriedades (tamanho das partículas, umidade, dureza) dos materiais processados por moinhos de bolas (minérios, clínquer de cimento, matérias-primas cerâmicas, etc.), os alimentadores devem ser selecionados com base nas características do material. As classificações comuns são as seguintes:
1. Classificação por Estrutura e Princípio de Funcionamento
Alimentador de parafuso
Estrutura: Composta por uma lâmina helicoidal, calha transportadora, motor de acionamento e redutor. Os materiais são empurrados pela rotação da lâmina helicoidal.
Características: Excelente vedação (adequado para materiais empoeirados ou tóxicos), com quantidade de alimentação ajustável por meio de controle de velocidade. Aplicável a materiais granulares ou em pó (p. ex., carvão pulverizado, farinha de cimento cru), mas sujeito a entupimentos com materiais viscosos.
Alimentador de correia
Estrutura: Consiste em uma correia transportadora, roletes, tambor de acionamento, dispositivo tensor e motor regulador de velocidade. Os materiais são transportados por atrito entre a correia e os materiais.
Características: Grande capacidade de alimentação (até centenas de toneladas por hora) e forte adaptabilidade (capaz de transportar grandes pedaços, como minérios). No entanto, possui vedação deficiente e requer proteção contra poeira.
Alimentador vibratório
Estrutura: Inclui uma calha, motor de vibração (ou vibrador de eixo excêntrico) e suportes de mola. Os materiais deslizam pela calha por meio de vibração periódica.
Características: Permite alimentação uniforme e contínua, podendo peneirar materiais simultaneamente (com uma peneira no fundo da calha). Adequado para materiais granulares e de baixa densidade (por exemplo, minério de ferro), mas pode triturar materiais quebradiços.
Alimentador de pratos
Estrutura: Composta por placas de corrente, rodas dentadas e uma unidade de transmissão. As placas de corrente são feitas de chapas de aço resistentes ao desgaste e os materiais são transportados por meio de transmissão por corrente.
Características: Capacidade de carga extremamente alta (capaz de transportar grandes pedaços com peso ≥1 tonelada), adequado para alimentar grandes moinhos de bolas com materiais grosseiramente britados (por exemplo, moinhos de bolas de mineração). No entanto, é volumoso e caro.
2. Requisitos básicos de desempenho
Uniformidade de alimentação: Flutuação ≤±5% (para garantir carga estável do moinho de bolas);
Ampla faixa de ajuste: a quantidade de alimentação pode ser ajustada continuamente entre 20% e 100% do valor do projeto;
Resistência ao desgaste: Os componentes em contato com materiais (por exemplo, lâminas de parafusos, correias, placas de corrente) devem usar materiais resistentes ao desgaste (aço com alto teor de manganês, ferro fundido resistente ao desgaste);
Confiabilidade: Tempo médio entre falhas ≥8.000 horas.
II. Processo de Fabricação de Alimentadores de Moinhos de Bolas
Tomando o alimentador vibratório (mais utilizado) como exemplo, seu processo de fabricação é o seguinte:
1. Fabricação de componentes-chave
Calha (componente central em contato com materiais)
Material: Calhas pequenas e médias usam chapas de aço Q355B (8-12 mm de espessura); calhas grandes ou de alto desgaste usam aço de alto manganês ZGMn13 (15-20 mm de espessura).
Processo de fabricação:
Corte CNC: corte de chapas de aço, garantindo tolerâncias de comprimento e largura de ±2mm;
Conformação: Dobrar as laterais da calha com uma máquina de dobrar (ângulo de 90°±1°) e soldar reforços (espaçamento de 300-500 mm para aumentar a rigidez);
Soldagem: Soldagem com proteção gasosa para costuras, seguida de recozimento para alívio de tensões a 200°C por 2h. As soldas devem passar pela inspeção MT (Grau II);
Tratamento de superfície: Jateamento de areia (grau Sa2.5) e, em seguida, pulverização de revestimento resistente ao desgaste (por exemplo, carboneto de tungstênio, 0,3-0,5 mm de espessura) ou revestimento com eletrodos resistentes ao desgaste (dureza ≥55HRC).
Motor de vibração e vibrador
Motor de vibração: adquirido como produto padrão (por exemplo, série YZU) com força de excitação correspondente (5-50 kN, calculada com base no peso da calha e na quantidade de alimentação).
Vibrador de eixo excêntrico (tipo não motorizado):
Eixo: Forjado em aço 45#, temperado e revenido (dureza 220-250HBW), com tolerância do círculo externo IT6 e rugosidade da superfície Ra≤1,6μm após torneamento de acabamento;
Bloco excêntrico: Fundido em HT300, submetido a testes de balanceamento estático após usinagem grosseira (desbalanceamento ≤5g·cm) e conectado ao eixo por meio de uma chaveta (ajuste H7/k6).
Dispositivo de suporte de mola
Material: aço para molas 60Si2Mn, enrolado a frio e temperado (resfriamento a óleo de 860°C) + revenido em temperatura média (420°C), com dureza de 45-50HRC e tolerância de comprimento livre de ±1mm.
2. Processo de montagem
Soldagem da estrutura: Soldagem da estrutura com aço angular Q235B, seguida de recozimento de alívio de tensão (300℃×2h) para garantir perpendicularidade da estrutura ≤1mm/m;
Instalação de componentes:
Os suportes da mola são aparafusados à estrutura e à calha (o torque de pré-carga do parafuso atende aos requisitos de projeto, por exemplo, 350 N·m para parafusos M20);
O vibrador é instalado no centro de gravidade da calha, rigidamente conectado à calha por meio de parafusos, garantindo que o eixo do vibrador fique paralelo à linha central da calha (desvio ≤0,5 mm/m);
Montagem do sistema elétrico: Instalação de motor regulador de velocidade, conversor de frequência (1,5-15kW, faixa de frequência 5-50Hz) e sistema de controle (com capacidade de ajuste remoto da quantidade de alimentação);
Operação de teste: operação sem carga por 2 horas para verificar a estabilidade da vibração (desvio de amplitude ≤0,2 mm), ruído (≤85 dB) e ausência de folga ou travamento.
III. Processo de Inspeção de Alimentadores de Moinhos de Bolas
A inspeção abrange o projeto, a fabricação e a montagem para atender aos padrões da indústria (por exemplo, JB/T 10460 Alimentadores vibratórios, GB/T 10595 Transportadores de correia).
1. Inspeção de Matéria-Prima e Componentes
Inspeção de materiais:
Peças resistentes ao desgaste (aço com alto teor de manganês ZGMn13): Análise espectral para verificar o teor de Mn (11-14%), dureza ≥200HBW (≥300HBW após envelhecimento);
Aço para mola (60Si2Mn): Ensaio de tração para verificar resistência à tração ≥1270MPa, resistência ao escoamento ≥1100MPa e tenacidade ao impacto ≥60J/cm².
Inspeção de dimensões de componentes:
Lâminas de parafuso: tolerância de passo ±2mm, desvio de espessura da lâmina ≤-0,5mm (para evitar emperramento devido à espessura excessiva);
Calha vibratória: Comprimento e largura medidos com uma fita de aço (tolerância ±5mm) e planura do fundo da calha ≤3mm/m (detectada com um nível).
Inspeção de tratamento térmico:
Eixo excêntrico: Dureza 220-250HBW (durômetro Brinell), com profundidade da camada temperada ≥1/3 do diâmetro do eixo;
Mola: Dureza 45-50HRC (durômetro Rockwell), submetida a teste de compressão (comprimida a 1,5 vezes o curso de trabalho, mantida por 10 minutos sem deformação permanente).
2. Inspeção de montagem
Inspeção de precisão estática:
Perpendicularidade do quadro: Detectada com nível laser, desvio ≤1mm/m;
Precisão da instalação do vibrador: Paralelismo entre o vibrador e a calha medido com um relógio comparador, desvio ≤0,5 mm/m.
Inspeção de desempenho dinâmico:
Teste sem carga: execução por 2 horas, registro de amplitude (com um medidor de amplitude), aumento de temperatura do rolamento (≤40℃, temperatura ambiente +40℃) e verificação de ausência de fixadores soltos (sem alteração de torque após nova verificação);
Teste de carga: carga escalonada de 50%, 100% e 120% da quantidade de alimentação projetada, com duração de 1 hora por etapa. A uniformidade da alimentação é detectada por pesagem (5 pesagens consecutivas, desvio ≤±5%);
Teste de sobrecarga: execução a 150% da carga de projeto por 30 minutos, verificando se não há deformação plástica na calha ou nas molas.
3. Aceitação final
Qualidade da aparência: espessura do revestimento de superfície (primer + acabamento) ≥80μm (medida com um medidor de espessura de revestimento), sem manchas ou descascamentos e marcações claras (modelo, quantidade de alimentação, peso);
Desempenho de segurança: tempo de resposta do botão de parada de emergência ≤0,5s, classificação IP da capa protetora ≥IP54 (à prova de poeira);
Documentos técnicos: Fornecimento de um certificado de produto, manual de operação (incluindo diagrama de instalação e ciclo de manutenção) e relatórios de materiais para componentes principais.
IV. Resumo
O desempenho dos alimentadores de moinhos de bolas afeta diretamente a eficiência e a vida útil dos mesmos. Sua fabricação deve equilibrar a adaptabilidade do material (resistência ao desgaste, antientupimento) e a estabilidade operacional (alimentação uniforme, fácil ajuste). O rigoroso controle do material, a usinagem de precisão e a inspeção completa do processo garantem uma operação confiável a longo prazo sob cargas pesadas e condições adversas, contribuindo para uma produção eficiente de moinhos de bolas. Os processos de fabricação para diferentes alimentadores são ajustados com base em suas estruturas — por exemplo, alimentadores helicoidais exigem um controle rigoroso da folga entre o parafuso e a calha (1-3 mm), enquanto alimentadores vibratórios precisam que os parâmetros de vibração correspondam às características do material.